sábado, 5 de novembro de 2016

2016

Texto de outubro de 2009 sobre Rio 2016

Recentemente cada dia meu parece durar 48 horas por tanta coisa que acontece. Ao mesmo tempo que parece durar apenas 2 horas por tanta coisa que não consegui fazer. Já que resolvi deixar de lado meu sono hoje resolvi parar para escrever um pouco sobre O acontecimento da semana passada que não foi tanto O assim.
Obviamente estou falando da escolha do Rio, Rio 2016. Eu tenho algumas contradições sobre o assunto, inevitavelmente. Primeiramente por minha tendência patriótica e um pouco nacionalista. Porque de certa forma eu me sinto orgulhosa de ver o Rio atingindo tal marca e chamando atenção internacionalmente por algo mais do que Copacabana e mulher pelada.
Segundo, é a minha cidade sediando os primeiros jogos olímpicos na América Latina. Copa do Mundo? A Copa é a cara do Brasil, nada mais esperado ser aqui. Era óbvio que um dia ela ia voltar para cá. Não esperava as Olimpíadas. Não acho que temos ou teremos condições de lidar com a infra-estrutura necessária. Não acho que vai melhorar alguma coisa para os cariocas. Nem um pouco.
2016 vai ser um caos urbano. Alias, até 2016 nós iremos entrar em um bando de obras e iremos ver dinheiro público ser gasto e desviado das mais diversas formas. É como dar um alvará para os corruptos. Diversas obras para desviar dinheiro. Muito legal. Enquanto isto a população irá continuar carente. Iremos sediar não só um, mas dois mega-eventos. E iremos mostrar a face mais bonita do Rio. De forma que os "gringos" vão olhar e achar que tudo aqui é perfeito, assim como tantos fazem ao ver as "Ouropa" de longe. Iremos enviar as milícias para algumas favelas. Em outras o governo irá pagar para que não haja revolta. É assim que funciona.
Ao mesmo tempo sei obviamente que estas obras, pelo menos parte delas, realmente serão feitas. Não há outra escolha. Precisamos no mínimo de mais 7 lugares para competições e lugares fixos. Estas obras gerarão emprego. Bem ou mal, a Copa do Mundo mais os Jogos Olímpicos geraram empregos mesmo que estes sejam provisórios e de baixa renda.
Assim como todos os projetos sociais envolvendo esporte serão valorizados. Não acho que iremos fazer como a China e criar em 7 anos adolescentes mega-esportistas, mas certamente os melhores de cada grupo passarão por um treinamento árduo a partir de agora. Como cidade-sede estamos inscritos em todas as competições ou ao menos 70%. Vamos criar atletas em áreas que não temos histórico nenhum. É a chance do Brasil ganhar mais medalhas. Quem sabe a tão esperada medalha de ouro no futebol? A falta dela já está se tornando irônica demais.
Nem lembro mais os outros pontos que queria discursar e sinceramente. Vou voltar para os meus livros aqui já que estou condenada a ficar em casa durante um tempo. See ya

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