sábado, 5 de novembro de 2016

Violino

Texto de setembro 2009

Estes dias eu estava tentando fazer meu top 20 de livros. E ao colocar Anne Rice, constatei que isto não é verdade. Meu primeiro contato com ela realmente veio por intermédio de Entrevista com o vampiro. Sim, eu fiquei encantada com o livro. Contudo admito que boa parte deste encantamento tem a ver com a história e não com a maneira que ela escreve. É difícil eu considerar que um autor escreve realmente bem. E Entrevista com o Vampiro ainda soava infantil. Ainda em 2006, resolvi dar uma chance para Chore para os céus. Já o considerei melhor. Não terminei o livro, pois o havia pego na biblioteca aqui da Ilha e tive de devolvê-lo e havia uma fila atrás dele. Não voltei lá para procurá-lo depois disto. E atrás de outro livro da Anne Rice, Violino chegou em minhas mãos. "Delírios fantasias, horrores e terríveis verdades". O livro logo me atraiu. E o jeito do Stephan piorou tudo.O fato é que até onde eu me lembro, violino foi o segundo livro que eu li que me fez chorar. O primeiro, Meu pé de laranja lima, e considerando a época que eu li Violino, não vejo tantos motivos para ter me tocado tanto. E entre suas 286 pág., uma passagem específica me abalou. Por motivos desconhecidos digo logo. E hoje a transcrevo aqui:

"E o pensamento era o seguinte:
Você não pode negar os erros. Não pode negar o sangue que está em suas mãos ou em sua consciência! Não pode negar que a vida está cheia de sangue, que a dor é sangue, que o erro é sangue.
Mas, há sangues e sangues.
Só um certo sangue vem das feridas que infligimos a nós mesmos e uns aos outros. Flui brilhante e acusador, ameaça levar consigo a própria vida o ferido este sangue... Como cintila, como se comemora este sangue sagrado, sangue que foi sangue de Nosso Senhor, que foi o sangue dos mártires, o sangue no rosto de Roz e o sangue em minhas mãos (o sangue dos erros)
Mas, há outro sangue.
Há o sangue que flui do útero de uma mulher. E que não ´sinal da morte, mas a marca de uma fonte grande e fértil. Um rio de sangue que pode eventualmente formar de sua substância seres humanos completos, é sangue vivo, sangue inocente..."

Minha passagem favorita do livro, apesar de que na época eu já possuia uma segunda favorita que hoje em dia é a primeira:

" A saudade é sóbria. A saudade não grita. A saudade só vem muito tempo depois do horror ante a visão do túmulo, do horror na cabeceira da cama. A saudade é sóbria e é impassível"

Tentada a fazer um post sobre cada um dos meus livros favoritos, mas impossível se resumir ao top 20

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